Carros elétricos e híbridos: entenda o significado de siglas como MHEV e HEV
Publicado por: Não informado
Em: 30/10/2025
Carros elétricos e híbridos: entenda o significado de siglas como MHEV e HEV
Os carros elétricos e híbridos já são realidade no mercado automotivo brasileiro. Com incentivos fiscais, avanço tecnológico e crescente preocupação com sustentabilidade, as montadoras vêm investindo pesado nesse segmento.
Mas junto com a inovação, surgiram também diversas siglas técnicas que nem sempre são fáceis de entender: MHEV, HEV, PHEV, REEV, BEV, FCEV, EREV... Afinal, o que cada uma significa?
Compreender essas diferenças é essencial para quem atua no setor automotivo ou pretende investir nesse tipo de veículo.
Neste artigo, explicamos de forma simples e direta o que está por trás de cada tecnologia e o que elas representam no futuro da mobilidade.
A nova fase dos carros elétricos e híbridos
Em 2024, o mercado brasileiro de veículos eletrificados alcançou um novo patamar: foram 177.358 unidades emplacadas entre janeiro e dezembro, volume que supera a soma dos dois anos anteriores (93.927 em 2023 e 49.245 em 2022) de acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Esse avanço acontece por questões ambientais, eficiência energética e redução de custos com combustível e desempenho.
Hoje, o setor automotivo vive uma transição: o motor a combustão ainda domina, mas os carros elétricos e híbridos ganham cada vez mais espaço, impulsionados por políticas de sustentabilidade e inovação tecnológica.
MHEV: Mild Hybrid Electric Vehicle (Híbrido leve)
O MHEV, conhecido como híbrido leve, é a porta de entrada para o mundo dos carros eletrificados.
Nesse sistema, o veículo conta com um motor/gerador elétrico de 48V que auxilia o motor a combustão em momentos de aceleração, retomadas e frenagens.
No entanto, o sistema não é capaz de mover o carro sozinho, ele atua apenas como suporte, reduzindo o consumo de combustível e as emissões de CO₂.
Esse tipo de tecnologia é comum em modelos de montadoras europeias e tem como principal vantagem o baixo custo de produção e a eficiência aprimorada em trânsito urbano.
HEV: Hybrid Electric Vehicle (Híbrido convencional)
O HEV é o tipo de híbrido mais conhecido do mercado. Ele combina um motor a combustão e um motor elétrico, que trabalham juntos ou separadamente, conforme a necessidade de potência e economia.
A diferença é que o HEV não precisa ser recarregado na tomada, suas baterias são alimentadas pela energia gerada durante as frenagens e pelo próprio motor a combustão.
Modelos como o Toyota Prius e o Honda Accord Hybrid são exemplos clássicos desse sistema.
A principal vantagem do HEV é a autonomia ampliada e o baixo consumo, sem depender de infraestrutura de recarga.
PHEV: Plug-in Hybrid Electric Vehicle (Híbrido plug-in)
O PHEV representa um passo adiante. Ele também combina motores elétricos e a combustão, mas com uma bateria maior e recarregável na tomada.
Isso permite que o carro rode alguns quilômetros apenas no modo elétrico, ideal para trajetos urbanos curtos e deslocamentos diários.
Quando a bateria se esgota, o motor a combustão assume automaticamente. Exemplos conhecidos são o Volvo XC60 Recharge, o BMW 330e e o Caoa Chery Tiggo 8 Plug-in Hybrid.
O PHEV é uma opção versátil para quem deseja economia e sustentabilidade, mas ainda não quer abrir mão do motor tradicional.
REEV: Range Extended Electric Vehicle (Elétrico de autonomia estendida)
O REEV, ou elétrico de autonomia estendida, é um modelo 100% elétrico, mas com um pequeno motor a combustão que atua apenas como gerador.
Esse motor não move o carro, ele serve unicamente para recarregar as baterias quando a carga acaba.
Um dos exemplos mais conhecidos é o BMW i3 REx, que combina eficiência elétrica com maior autonomia.
Esse tipo de sistema oferece o melhor dos dois mundos: zero emissões na condução e segurança de poder continuar rodando mesmo sem estação de recarga próxima.
BEV: Battery Electric Vehicle (Elétrico a bateria)
O BEV é o verdadeiro carro elétrico puro. Ele não possui motor a combustão e depende exclusivamente de baterias recarregáveis para funcionar.
Toda a propulsão vem da eletricidade armazenada nas células da bateria, que é recarregada em estações ou tomadas residenciais de alta capacidade.
Entre os modelos mais conhecidos estão o Tesla Model 3, Audi e-tron e Porsche Taycan.
O BEV representa o futuro da mobilidade limpa, com zero emissões e desempenho impressionante, mas ainda enfrenta desafios de custo e infraestrutura no Brasil.
FCEV: Fuel Cell Electric Vehicle (Elétrico a célula de combustível)
O FCEV é um tipo avançado de carro elétrico que gera eletricidade a partir do hidrogênio.
Em vez de armazenar energia em baterias, ele utiliza uma célula de combustível que combina hidrogênio e oxigênio, produzindo eletricidade e emitindo apenas vapor d’água.
Modelos como o Toyota Mirai e o Hyundai Nexo já são exemplos dessa tecnologia em funcionamento.
Embora ainda seja pouco comum no Brasil, o FCEV é considerado uma das soluções mais limpas do mundo, especialmente para veículos pesados e de longa distância.
EREV: Extended Range Electric Vehicle (Elétrico de alcance estendido)
O EREV é um termo muito próximo de REEV, ambos designam carros elétricos com motor auxiliar para ampliar a autonomia.
A principal diferença é que o EREV pode permitir maior integração entre o motor elétrico e o gerador, otimizando a eficiência energética.
Essa tecnologia é usada em alguns veículos de transição entre o modelo híbrido e o elétrico puro, sendo uma opção interessante para mercados em desenvolvimento como o brasileiro.
Leia também: “Carros elétricos baratos: desafios e tendências do mercado”
O que essas siglas significam para o futuro automotivo?
De forma prática, todas essas tecnologias apontam para um mesmo destino: eficiência energética e redução de emissões. O que muda é o caminho que cada montadora escolhe para chegar lá.
Enquanto o MHEV e o HEV ainda dependem do motor a combustão, o PHEV adiciona o benefício da recarga externa.
O BEV elimina completamente o uso de combustíveis fósseis, e o FCEV representa uma aposta no hidrogênio como fonte limpa e renovável.
Essa diversidade mostra que a eletrificação não tem um único formato, ela se adapta à realidade de cada país, à infraestrutura e ao comportamento do consumidor.
Conclusão
Com o crescimento das vendas e a chegada de novas marcas ao Brasil, entender essas diferenças se torna essencial para acompanhar as transformações do mercado automotivo.
Quer continuar aprendendo sobre o futuro da mobilidade e o impacto da tecnologia nas revendas?
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